Daqui da mesa não temos uma
ótica diferenciada ou superior. Biblicamente falando somos levitas, apesar de
não estarmos na frente. Não somos vistos ou notados até que... O som falhe, um
microfone fique mais alto ou mais baixo, ou o violão de súbito fique estridente;
nessa hora somos sumariamente o centro das atenções e assim apenas sorrimos de
volta enquanto todos olham “pra trás”.
O sucesso do “estar” na mesa é alcançado justamente
quando ninguém nota se estamos ali ou não. Esse é o sinal de que estamos
cumprindo o nosso bem “servir”.
Pensar, prever, armar, desarmar, consertar, chegar
antes, sair depois, adorar mesmo de olhos abertos e fitos nas necessidades do
altar e ainda driblar os vários desafetos em função dos diferentes gostos em
relação a como deveria ser a operação do som... É o que fazemos!
O que não fazemos é apenas regular o botão “volume”
e recostar na cadeira para “curtir” o culto. Os “dedos” que operam a mesa são
como raízes fincadas no coração de Deus que durante o culto do lado de cá do
cabo, gerenciam a outra ponta do cabo onde estão os microfones e instrumentos e
daqui ministramos no altar “sem estar no altar”.
Daqui da mesa vemos tudo e todos; em contra partida
poucos notam que estamos ali e é ai que precisamos ter muito cuidado entendendo
que estamos debaixo da ótica de Deus, precisamos crescer, nos arrepender e
servir com grande alegria vencendo os desafios da “mesa” para servir ao Senhor
com alegria... Com grande alegria!
No geral todos enxergam a ponta do cabo onde está o
microfone, nós somos a “outra ponta do cabo” por onde a mensagem é amplificada
e tratada para que aja a compreensão unânime. É uma grande honra conhecer as
duas pontas do cabo e entender que Deus escolhe em que ponta vamos servir... é
certo que o lado onde Deus nos alocar serviremos com alegria e é ali que vamos
frutificar.
Ao final de cada culto, guardamos os microfones, enrolamos
os cabos e desligamos cada periférico, lembrando que Deus nos usa para que o
som do céu ecoe em cada coração gerando benção sobre a igreja... e isso faz
tudo valer a pena, faz tudo ter sentido.
“O cara do som” pilota a mesa na direção do céu...
profissional ou não, é ele o levita em meio ao povo que tem a honra de servir
gerando efeitos no altar estando no meio da multidão. Superando barreiras, e “adorando
na mesa” como se fosse um pianista tocando seu piano de cauda... operamos a mesa
enxergando além do que todos “ouvem”... Daqui da mesa eu vejo o céu!
Pr. Saulo Moscoso
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