Semana passada em meio
a desafios e na busca por crescer em Deus houve um eco em minha alma. Ao fim do
dia postei em minhas redes sociais a seguinte frase:
“Até que ponto a fé
pode nos levar a ir além da pressão? Eu estou descobrindo agora! Depois te
Conto...”
Depois de estar @Sobre_osjoelhos,
na maioria das vezes sorrindo, algumas vezes chorando encontrei respostas ainda
mais desafiadoras, mais que em Cristo me fizeram andar mais uma milha e sem
duvida alguma me inseriram na segurança dos braços de nosso amado Pai. Agora de
fato vou te contar...
Algumas coisas somente são compreendidas da
maneira correta, quando o chão é tirado, quando a segurança torna-se insegura, quando
o sonho é manchado pela frieza voluntária de alguns. Assim, descobri que a paz
muitas vezes tem bases em pessoas e expectativas no mundo e isso é pura ilusão.
Alguns em nossa trajetória levantam-se e nos aproximam de Deus, mais sempre
teremos que lidar com alguém que torna o nosso coração ansioso e deprimido. Salomão
compartilhou e amargou dessa conclusão. (Pv. 12:25)
Passamos muito tempo servindo, amando e
vivendo a igreja, na igreja e para a igreja... Geramos sonhos, nutrimos metas
baseadas nos dons que entendemos ter. Sem hipocrisia ou falsidade seguimos
nesse trilho por muito tempo achando que tudo que realizamos e o que somos o é
para Cristo e por Cristo. Pensar assim nos faz bem e eleva a nossa auto-estima,
mais chega o momento em que precisamos ser reconduzidos à base... Ao pó.
Deus
não divide a Sua gloria com ninguém, e a verdade é que algumas vezes colocamos
a nossa fé em pessoas e esperamos dessas mesmas pessoas a infalibilidade
encontrada apenas em Deus. É nesse ponto que nasce o vazio, as frustrações e a mágoa
que fazem amargar a alma e esmorecer a fé... A alma chora, o espírito seca, o
corpo multiplica dores até nos ossos e por fim, perdemos a conformidade com o
caráter santo de Deus... “apagamos o espírito” contrariando o alerta feito pelo
Apóstolo Paulo em 1Ts 5:19 “E não extingais
o Espírito...”
A mente questiona: “Será que ainda pode
piorar?”
Sempre pode piorar... Até que sejamos
alcançados inteiramente pela misericórdia do Senhor, e por Seu amor
indesistível. É quando o Espírito começa
a falar dentro de nós... “Tudo é para Ele e por Ele, não é uma troca de
favores, não é barganha, não é um clube de vantagens... não é o império de
homens, é o Reino de Deus sendo estabelecido dentro do templo do Espírito...”
Nesse ponto a minha alma respondeu... “Eu
não busco mais nada, eu não quero mais nada, encontrei a resposta...”
Nos capítulos 12 e 15 do livro de João,
aprendemos que podemos dar fruto, mais fruto e muito fruto. A maioria de nós no
serviço a Cristo consegue gerar frutos e até chegamos a dar mais frutos... Até
que descobrimos na “carne” que para dar muito fruto é necessário morrer!
“Viver
Morto” não é possível sem uma decisão radical; Assim decidi seguir fiel, mesmo
sem entender, sem gostar... Mesmo vendo “talentos sendo enterrados”, sei que
com Cristo viverei a ressurreição pelo descanso que vem do saber que Ele está e
sempre esteve no controle.
Sem dor, vivemos com erros, apontamos ao
próximo, levamos uma vida enferma sem a consciência de que estamos descendo ao
abismo.
A dor é
o alarme anunciando que algo está errado, está em atividade e as conseqüências disso
podem encurtar os nossos dias... Portanto, na dor somos lapidados, as ilusões
são removidas e a realidade de que precisamos nos render ainda mais... Salta
aos olhos e ao coração.
A impressão mais obvia e ao mesmo tempo
errônea a respeito do “Dom”, é que dom é aquilo que fazemos bem, desde muito
pequenos. Com base nisso limitamos o agir de Deus quando percebemos que o tempo
passou e já não somos “pequeninos”.
A respeito disso... Descobri “Morto” que “Dom”
é algo dado por Deus no tempo de Deus, aponta para a eternidade e é regido pelo
Kairós... Aqui fui tomado de esperança, pois vi um fim na limitação do Chronos;
a perspectiva agora é de um milagre certo que exaltará a Jesus. Ele é Deus, é a
fonte, é mais importante e urgente que qualquer outra realidade... Ele sempre
fará do impossível o seu campo preferencial de ação; justamente para que
através de nós Ele seja glorificado em tudo que somos e no que fazemos.
“Morto”
descobri também que... geralmente “alguém” é colocado em nossa rota para gerar
a dor que nos fará correr para Jesus, e enquanto as lágrimas da injustiça
molham o nosso rosto, nosso coração é moldado em conformidade com o dEle...
Enquanto lançamos as perguntas, Ele constrói
dentro de nós o espaço necessário para que possamos acomodar as respostas que
virão. Enquanto a raiva e a frustração se manifestam em nossa alma, a
libertação necessária acontece aos pés da cruz. Olhando além dela vem o chamado
irrecusável para o arrependimento, o quebrantamento e a adoração que independe
das circunstâncias.
Uma coisa é certa... Se o que somos sozinhos
diante de Deus não é exatamente o que somos diante das pessoas no exercício de
nosso chamado, seremos mais uma vez reconduzidos ao pó.
Entendi também que se alguém se levanta
contra o nosso chamado para fazer “o que é melhor para a igreja”, Deus sairá à
nossa frente, pois a igreja deve valorizar o que é importante para o Senhor
dela... O Noivo deve ser honrado e isso acontece com grande veemência quando
operamos dentro daquilo para o que Ele nos gerou. Não existe algo que possa dar mais prazer ao nosso Deus, do que o
momento em que Ele passa os olhos sobre a terra e NOS ENCONTRA FAZENDO O QUE
FOMOS GERADOS PARA FAZER!
Até que ponto a fé pode nos levar além da
pressão?
Até que as pessoas e as coisas não mais
controlem o nosso humor e a nossa paz. Até que consigamos enxergar além da
cruz, até que Deus seja de fato o nosso tudo... até que mesmo valentes como um
Gadita, decidamos assim como Ele nos entregar “Como um cordeiro mudo ao
matadouro...” Isso é se encontrar em Deus... Isso é fazer dele o motivo pelo
qual vale a pena viver.
Não quero mais a velha vida; não quero mais
me defender, não quero cicatrizar a “pele” que esconde o osso quebrado, o
ligamento rompido... Escolhi caminhar além do serviço, além do chamado... Escolhi
o trilho da cruz, pois é lá que são gerados adoradores curados por vislumbrar o
que vem depois da dor. A pressão é um veículo que deve ser posto no trilho da
fé, assim jamais seremos desviados do propósito divino para nosso ser.
“Mais o que pra mim era lucro, passei a
considerar como perda. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado
com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem
perdi todas as coisas, eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo.”
Filipenses 3:7-8
Pr.
Saulo Moscoso
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